

Enviado especial americano visitará a Rússia esta semana
O enviado especial do presidente americano Donald Trump, Steve Witkoff, pretende viajar à Rússia esta semana, antes do ultimato anunciado para as sanções de Washington em um cenário de tensão crescente com Moscou.
O Kremlin considerou nesta segunda-feira (4) que a visita será "importante, substancial e útil", no momento em que as relações entre Rússia e Estados Unidos enfrentam um pico repentino de tensões após o envio, na sexta-feira por parte de Trump, de dois submarinos nucleares, consequência de uma discussão online com o ex-presidente russo Dmitri Medvedev.
A visita de Witkoff acontecerá "acredito que durante a semana, na quarta ou quinta-feira", disse Trump à imprensa no domingo.
O presidente americano disse ainda que dois submarinos estão "na região" atualmente, sem revelar a localização. Também não explicou se fazia referência a submarinos de propulsão nuclear ou equipados com armas atômicas.
Em resposta ao envio, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que "todos devem ser muito prudentes em suas declarações sobre o tema nuclear".
Peskov também afirmou que os dois submarinos americanos "já estão em serviço" permanentemente. "Não desejamos ser arrastados para uma polêmica desse tipo", acrescentou.
O chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodimir Zelensky, Andrii Yermak, considerou que "a Rússia só entende uma coisa: a força".
- "Tarifas secundárias" -
A demonstração de força nuclear acontece depois que Donald Trump estabeleceu na semana passada um prazo de 10 dias, ou seja, até sexta-feira, para que a Rússia adote medidas para acabar com a guerra na Ucrânia, sob risco de enfrentar novas sanções que não foram especificadas.
O presidente russo, Vladimir Putin, já se reuniu com Witkoff em várias ocasiões em Moscou, antes da interrupção dos esforços de Trump para retomar as relações com o Kremlin.
"Sempre estamos felizes por ver Witkoff em Moscou e empolgados de estar em contato com ele. Consideramos que este tipo de contato é importante, substancial e útil", disse Peskov, que não descartou a possibilidade de um encontro com Putin.
Nas últimas semanas, Trump expressou sua frustração com Putin pela ofensiva implacável de Moscou em sua invasão da Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.
Questionado se havia algo que a Rússia poderia fazer para evitar as sanções, o republicano respondeu: "Sim, alcançar um acordo para que as pessoas parem de morrer".
Trump já havia ameaçado que as novas medidas poderiam implicar "tarifas secundárias" direcionadas aos parceiros comerciais restantes da Rússia, como China e Índia. As sanções prejudicariam ainda mais o Kremlin, mas representariam um risco de perturbação internacional considerável.
- Condições irreconciliáveis -
Apesar da pressão de Washington, a ofensiva da Rússia contra o país vizinho pró-Ocidente continua avançando.
Putin, que rejeitou sistematicamente os apelos por um cessar-fogo, afirmou na sexta-feira que deseja uma "paz duradoura e estável", mas destacou que suas condições para a trégua não mudaram.
As exigências de Moscou incluem a saída das tropas ucranianas das áreas ocupadas pelos russos e que Kiev desista do processo de adesão à Otan.
A Ucrânia afirmou que intensificará os ataques contra a Rússia em resposta ao aumento dos ataques russos contra seu território nas últimas semanas, que mataram dezenas de civis.
O Ministério da Defesa russo anunciou nesta segunda-feira que seu sistema de defesa aérea interceptou 61 drones ucranianos durante a noite.
Uma pessoa morreu na região de Kherson, sul da Ucrânia, em um bombardeio russo, segundo a administração militar ucraniana.
A.Hadi--al-Hayat